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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O Todo ( por Aline)

Vale o corpo como um todo:
cabeça, tronco e membros,
diz a professora
sem saber que a menina
um dia vai crescer
e perder-se nesse continente
de ossos e músculos,
nervos e pelos,
de um corpo jovem
e macio.
Cabeça, tronco e membros:
Vale o corpo como um todo.


sábado, 26 de janeiro de 2013

Raio de Sol (por: An Persa)

No inverno sem limites
Tão distante daqui
Está minha sobra de romantismo
A esperança de um abraço
Um sorriso familiar
A voz que eu reconheci em meio ao caos...
O que me abranda e me deixa em casa
Sem que a verdade seja esquecida

Tempos idos, tornam-se presentes na memoria
Lembranças inteiras se recusam a ir embora
Como os raios do sol que melancolicamente tentam furar nuvens e neblinas

Olhar pro sul, é como tentar inventar um futuro
Algum futuro pelo qual nos manteremos firme a espera.
Nutrindo a sensação de alívio, quando se olha pro céu nublado, e o Cristo ainda flutua.


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Tempos idos n°2 (por: An Persa)

Só pra dizer que te amo e que você é a mulher da minha vida

Eu é que te amo... você é a alegria da minha vida, mostra que é capaz de me amar de todas as formas possíveis. Não acredito que possamos conseguir ficar longe. Vamos morrer juntos, quem sabe até no mesmo dia? As vezes sinto que nos amamos de outras vidas.

Mas amo-te em dobro, o infinito indo e voltando... sim, é de outras vidas.

De todas as outras?

Sim.

Lembra de alguma?

Ah, tenho alguns flashes... felicidades e tristezas.

Outro dia, me vi morrendo, e você segurava minha mão e me olhava com seus olhos fortes e doces. Me olhava, não como quem dizia adeus, mas como quem confirma um encontro. Acordei pensando que havia mesmo morrido. E então, tive a certeza de que será o seu o ultimo rosto que eu verei.

E se eu morrer primeiro?

Se assim for, poderão me enterrar. Vamos nos encontrar em outros mundos.

Nós nos encontramos nesse mundo, e vamos em outros... vamos construir rumos e mundos, vamos nos reunir.

dar a vida
criar novas existências...

Vamos.


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Tempos idos (por : An Persa)

Toda a idealização era, até então, uma realidade, mais ou menos, tal qual, nos meus sonhos. Era até melhor, porque era real!

Agora, sinto-me assassinada,
E quem poderia dar-me leves abraços, e acariciar meu corpo como se ainda viva estivesse?
E quem poderia, por alguns segundos, imaginar que não há mais melancolia... e que voltamos às brincadeiras de tempos idos?

Mas o que possuímos é a realidade.
E não quero possuir a realidade, não esta, que sempre existiu paralela à minha imaginação.
Preciso perder-me da realidade, não quero mais possuí-la...
Escolho o lado de dentro da minha mente... onde nós existimos todos os dias juntos.


domingo, 20 de janeiro de 2013

Como Woody Allen pode mudar sua vida? (por Aline)

Ouvi na livraria alguém dizer algo sobre o livro, ou ouvi alguém falar o nome do livro, não lembro muito bem. Mas lembrei do nome do livro, e o levei para casa. O livro em questão era "Como Woody Allen pode mudar sua vida" de Éric Vartzbed.
O livro tem apenas 97 que pedem leitura atenta, mas esta não é uma tarefa das mais difíceis. O livro é um deleite de facílima leitura. Ele é dividido pelos temas mais abordados pelo diretor como: amor, política, religião, espiritualidade, acaso, realidade, ou seja, a vida.

Fotografia: Aline Pereira

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Doente - Agostinho dos Santos ( por Aline)


Casar mais com meu momento impossível. Quando li, tive até uma sensação de ter escrito. Sensação ou desejo de ter escrito. Mas isso não interessa, peguei pra mim. É minha!

Estive doente
Doente de tudo
Dos olhos da boca
Dos nervos até
Dos olhos que viram
Mulheres perfeitas
Da boca que diz
Poemas em brasa
Dos nervos manchados
De fumo e café

Estive doente
Doente de tudo
Estou em repouso
Não posso escrever
Eu quero um punhado
De estrelas maduras
Eu quero a doçura
Do verbo viver



Composição: Carlos Coqueijo

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Medo de deixar,Adeus! ( por Aline)

Docemente me dizem
que está podre. É preciso
cortar logo,
Fotografia de Aline Pereira
já está podre.
Cada vez mais falam
como se um sol
estivesse crescendo
dentro de minha vida.

Pois então, é preciso,
me dizem gravemente,
cortar o que está podre.
Depressa! Antes que o corpo
inteiro fique podre.
E seja um reino aberto
à coroa da morte,
a cujo encontro vou
entre álamos dourados.

Tenho medo quando ouço.
E de medo, começo a apodrecer
onde jamais pensei
que pudesse ficar podre.
Pois nunca teve corpo.
Adeus, estou com medo.
Mas não é de morrer.
Talvez nem seja medo.
É pena de deixar.
Adeus,já me despeço.
Me enganam,
com morfina me ajudam
a ser um ser sem medo.
A pena já não dói.
Pois tudo se acaba.

Vai acabar,ADEUS!