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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O que Augusto dos Anjos, Egon Schiele e Zélia Duncan tem em comum?

Versos Íntimos

Augusto dos Anjos


Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!


Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.


Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.


Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!



O Abraço, Egon Schiele,1917
 



Zélia Duncan - Intimidade


2 comentários:

  1. Todos falam de intimidade e me passam o seguinte: Por mais que pensemos conhecer alguem totalmente, nunca sabemos do que tal pessoa é capaz em outro contexto. ( raiva , por exemplo)

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  2. ou entao Intimidade é, ao mesmo tempo, necessidade e maldição

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