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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Seleção Chaplin (por An Persa)

Pensei em por alguns vídeos do Chaplin no post anterior, até que percebi que eram muitos e que eu deveria fazer um post só pra isso.

Bom, tentei reduzir ao máximo que pude a quantidade de vídeos, e tentei não ser farofa. Mas isso é quase impossível já que todas as cenas do Chaplin já foram vistas, com certeza por todo mundo.

Digo isso, porque até meu priminho de dois anos, sabe quem foi o Chaplin porque quando viu a imagem do Carlitos na minha bolsa começou a imitar seu andar .



Essa é uma das cenas mais bacanas do cinema que estava deixando de ser mudo. Com toque de mestre Chaplin introduziu no seu filme o som sincronizado com os lábios dos personagens substituindo as vozes por zumbidos de insetos.

Dizem que isso aconteceu porque Chaplin teve medo de causar estranheza nos fãs de Carlitos ao dar agora sua voz para um personagem até então mudo.

Verdade ou não, achei essa uma sacada de mestre!
Ao menos ele pode brincar, mais uma vez, usar os recursos oferecidos pelo cinema para fazer graça agora de novas maneiras, com novos recursos.




Como está dito no filme do Bertolucci ao som de Ball n' Chains da Janis Joplin:

"quando Chaplin queria fazer uma bela tomada ele sabia fazer, melhor do que keaton, melhor do que qualquer um. Lembra da última tomada de Luzes da cidade? Ele olha pra florista e ela olha pra ele. E não se esqueça de que ela era cega, então ela está vendo ele pela primeira vez. E é como se, através dos olhos dela, nós também o víssemos pela primeira vez. Chalie Chaplin, Carlitos, o homem mais famoso do mundo, e é como se nós nunca o tivéssemos visto "

Seria um exagero??
Dizer que Chaplin é melhor que keaton talvez seja, prefiro ficar com o Bertolucci que disse no mesmo filme, na cena anterior a que descrevi, que keaton é melhor Chaplin. Não posso escolher.

Mas concordo com essa poética, a final não iria demorar muito tempo pra que a gente ouvisse a voz dele pela primeira vez!




Essa é a minha cena favorita em Tempos modernos.
Eis a voz do homem! Como não poderia deixar de ser, ao mostrar sua voz para o mundo Chaplin causa mais um impacto sonoro, canta em diversas línguas, inventa palavras, faz sua própria poesia que valoriza mais o nosso felling diante da sua expressão do que a palavra.





Essa é mais uma de minhas cenas favoritas do meu filme favorito do Chaplin, O Grande ditador, sem dúvida esse filme é o clássico dos clássicos do cinema.

Gosto dessa cena, porque ela mostra um humor muito chapliniano, sabe?
Um humor do jovem Chaplin, quando esse é um filme já muito sofisticado e maduro em termos de técnica, porque aqui, Chaplin já absorveu totalmente as novas diretrizes do cinema, agora falado, e mesmo seu discurso e o seu humor mostram-se menos ingênuos.

Vendo filmes do jovem Chaplin, Keaton e irmãos Marx notamos um humor alegre e ingênuo, o humor verdadeiro, quando podíamos rir de cenas com um homem vestido de mulher, ou alguém caindo.

Não me parece coincidência que o humor irônico apareça justamente num filme como esse, onde o personagem principal é a cara de Hitler.

Claro que as criticas podem parecer sutis, mas eu não vejo sutiliza nesse filme, sobretudo quando lembro que é uma obra do começo dos anos 40.

Mesmo que algumas cenas remetam á comédia pastelão, como é o caso desda que eu apresento, acho o filme bem irônico e sensível, claro, porque estamos falando de Chaplin.
Logo não posso negar que meu olhar espuma sempre que vejo o discurso final.





Por fim, essa musica é belíssima, e eu tenho um amor especial por ela, porque sempre me lembro que minha avó paterna estava a cantarolar.

Era engraçado porque ela só dizia Smile e completava com nananana nanana .

4 comentários:

  1. Uma outra forma de interpretar essa questão do Chaplin ter "medo" de falar é pensar que o personagem Carlitos de fato não fala.

    Eu teria de ver os filmes novamente, mas creio que nos filmes falados do chaplin não se trata do personagem carlitos, já em luzes da cidade por exemplo, Chaplin seria Carlitos, e por isso não fala.

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  2. Até o filme Luzes da cidade, quem vemos em cena é Carlitos, e podemos pensar que este não fala, em um cinema falado ele seria mudo (rs), mas de Luzes da cidade em diante seriam outros personagens, que falam.

    Acredito ser isso porque se formos ver, em tempos modernos, Chaplin não fala propriamente, ele canta, como vc disse, em uma lingua inventada.

    Já em o grande ditador, Chaplin percebo que o Ditador fala, e como fala!! Por outro lado, o barbeiro, embora fale, já não fala tanto ou fala mais com a expressão, sobretudo no começo do filme vemos isso.

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  3. Acho que não fica duvidas que em Luzes da cidade se trata de Carlitos.

    Realmente não me recordo o nome do personagem de tempos modernos, mas por ter traços muito próximos de Carlitos, fala uma lingua estranha, diferente de todos.

    No grande ditador, o ditador, bom, é uma sátira irônica e como vc disse, nada sutil, ao grande ditador do momento em que o filme foi feito. E este fala tanto quanto o ditador real falava!

    Já o barbeiro, mais proximo de carlitos, fala pouco, mas fala, porque não é Carlitos (mesmo que se chame Carlos, outra vez não lembro o nome rs). Este possui, assim como o personagem de tempos modernos, o espirito expressionista de carlitos.

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  4. Pow! curti as duas visões... tanto a da aninha quanto a do Edgar (poesia vã).

    gosto muito de Chaplin e keaton! Mas não dá pra negar que Chaplin, por estar mais no imaginário da gente, acaba sendo o favorito, né?

    Confesso que não havia feito tantas associações quanto essas que vcs fizeram! Pretendo rever assim que possivel esses filmes do Chaplin!

    Assisti ao filme sonhadores, por insistencia de amigos, confesso que esperava mais, pode ser que isso tenha ocorrido pela pressão e elogios feitos sobre esse filme, mas não gostei não...

    claro que a trilha e os filmes citados são bem bacanas!!!

    por fim, a musica smile é mesmo um doce!

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