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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Meu Tédio (por Aline)


O tédio é o estado de espírito que mais me acompanha. E como ele caminha muito junto comigo, prefiro assumi-lo como uma forma de sentir, não como a ausência de algo.
Segundo Heidegger, esse mal que sofro não é só meu, é de toda a minha geração, mas a minoria o nota.
Ainda de acordo com Heidegger há 2 tipos de tédio. O primeiro é o superficial, quando algo o entedia, um livro, um filme, uma conversa, alguém... E o meu tédio, que seria mais profundo, sem causa, mas que tem uma capacidade monstruosa de encher o pensamento de névoa.
Meu tédio é um sentimento de vazio, de perda da importância, de peso em viver, do arrastar do tempo e do amolecimento das formas.
Não gosto do tédio, mas admito que quando estou nublada me reconheço e compreendo mais. Quando as nuvens passam tenho um sentimento de maior aceitação, de reavaliação de meus valores, de novas visões de mundo, de um renascimento de mim, do surgimento de uma nova existência.

Um comentário:

  1. Agora estou em uma bifurcação!
    Entediada, eu não me transformo com o que vivo, só me deixo levar de modo indiferente diante das circunstancias. Influencia do estrangeiro Camus? Pode até ser, apenas sinto mais o cheiro de “A peste”.
    Apesar de tudo, agora estou entendiada com minha eterna falta de opinião. Mas tudo bem, as coisas andam mesmo meio fora da nova ordem mundial.

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