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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Filmes Completos O Clube de Leitura de Jane Austen - JrBelo (por: An Persa)



  




quantas vezes nos apaixonamos? e quantas são as formas que a paixão pode tomar? 

quando não se ouve a voz de Deus, vamos em busca dela 
eis o que persigo 
a voz de Deus 

quando já não há mais luz alguma a se apagar para que o breu fique mais escuro, 
Deus toma forma,
Deus fala...
Deus disse a mim, Jane Austen 

você pode entender isso?


O clube de leitura, é um filme despretencioso e leve, encontrei por acaso e assistir por insônia.
Sem querer me emocionei com os personagens, e senti que em mim, havia um bocado de cada um deles. Me comovi mais por mim e por eles do que pela Jane Austen ou as citações da sua obra.

Me toquei com a juventude da homossexual que se apaixona de modo arrebatador e breve; com a esposa que ainda ama o ex marido; com a leveza e tranquilidade da senhora que já se casou zil vezes...

Sobretudo, me emocionei com a mulher mais velha que percebeu inteligência no modo engraçado que o rapaz mais novo aproximou o livro O parque de Mansfield com o filme Guerras nas estrelas: império contra ataca, só que as avessas.

Me acabei de chorar quando o casal de completos opostos, em crise, retoma o amor e paixão depois que a mulher começa a ler Jane Austen em voz alta para incentivar o marido que nunca saída do computador, e que acaba tomando gosto pela leitura.

Mas, o que sempre acontece comigo mesmo, é o que aconteceu com a mulher que passou a gostar e a ver "poesia" nas ficções científicas que seu namorado tanto gosta.

Bem, depois de assistir esse filme, apenas quis terminar de assistir o anime Golden Boy, e quem sabe ler alguma Jane Austen em voz alta pra alguém que irá me emprestar outros mangás.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

tudo o que li e o amor da minha mãe (por: An Persa)



(musica tema do filme "O amor nos tempos do cólera" baseado no livro homônimo de Gabriel Garcia Marquez)


gosto de brincar de escrever, muitos gostam. Pra escrever é preciso ler e se eu tenho gosto por isso, foi por incentivo da minha mãe que durante a minha infância lia inúmeras histórias, sobretudo, as da Ana Maria Machado e Pedro Bandeira. Agradeço verdadeiramente por isso, se existe algo que farei quando eu for mãe será ler, ainda tenho todos os livros da minha infância, mas estes quero que sejam lidos pela minha mãe.




quando Maiakósvski cantará novamente? 
¹quando falarmos do amor por ressurreição.

encontramos então a verdade perseguida incessantemente...
o fato real que nos desperta para fora das ²manhãs kafkianas, é na verdade o ³humanismo de Sartre
como Jesus fala do amor
o amor perene
como deduziu a ⁴Dedução de Maiakósvski



*se escrevo é porque leio, se leio, sobretudo, é por ti
feliz aniversário dona Nena





¹resposta de Hugo Didier, no texto Baile do Etéreo
²referente a primeira frase do livro A Metamorfose, "Certa manhã, ao despertar de sonhos intranquilos, Gregor Samsa encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso" 
³da palestra O existencialismo é um humanismo, proferida por Sartre em 29/19/1945 acerca de "o ser e o nada"
titulo de um poema de Vladimir Maiakósvski, em Maiacovski – Antologia Poética – tradução E. Carrera Guerra, ed. Max Limonad/SP 1992**




**Dedução - Vladimir Maiakovski

"Não acabarão nunca com o amor,
nem as rusgas,
nem a distância.
Está provado,
pensado,
verificado.
Aqui levanto solene
minha estrofe de mil dedos
e faço o juramento:
Amo
firme,
fiel
e verdadeiramente".

terça-feira, 27 de agosto de 2013

orange juice? mechanics orange! (por: An Persa)

Laranja Mecânica





Mesmo com toda apologia á violência, esse filme é um dos meus favoritos. Mais uma vez recorro ao mestre Godard, que disse, “a arte pode transfigurar a vida mas não pode criá-lá”. Está, então, justificado o conteúdo aparentemente violento do filme, que não deve ser visto com olhar moralista... É um filme provocativo, e como boa obra de arte, trabalha com o inesperado. A questão arte e sociedade deve ser considerada, claro, mas não com olhar superficialmente focado no cru, porque este filme é um biscouto fino!
Gosto de pensá-lo como uma reflexão das vanguardas da arte e, porque não, da política! Toda a tentativa de levar a arte ao cotidiano sofre resistências de todos os lados... essas buscas utópicas por transformações culturais e sociais através da arte, estão intimamente ligados a violência. A cada vez que chegamos aos limites das experiencias artísticas, seja qual for a natureza, estamos trabalhando também nos limites da violência...
Os modelos são inúmeros... Martin luther King e Jesus Cristo ou Malcom X e Moisés. O olho por olho, a arma na mão, a diplomacia e o amor, tudo é violento. O livro e o filme são violentos porque percorrem as artes e a política, e desse modo, não poderia fazê-lo de outro modo que não fosse externando o caos pessoal dos personagens, que controlam e são controlados.
No último capitulo do livro no qual o filme se baseia, há uma reconciliação entre Alex e a sociedade contra qual ele se revoltou... o filme, não mostra isso, o homem é convertido à técnica e já não tem poder de escolha. É justamente contra essa condição robótica, que Alex se revolta. Ele quer defender o homem do processo violento de civilização e ao mesmo tempo, é a personificação da arte.

O filme é dividido em três atos, no primeiro Alex (como Deus da arte) passeia por entre as artes: teatro, dança, música, artes plásticas... e ao fazê-lo os transforma violentamente, através da própria vida, porque vive uma eterna performance. Alex controla, ele dita, por isso espanca um velho logo na primeira cena, é seu aviso de que pretende romper com as tradições. A última cena do primeiro ato, é a morte de uma colecionadora de arte, que reafirma a vontade de transgredir de Alex que possuía o controle de si e fazia outros reféns...
No segundo ato, Alex é pego pela sociedade de controle para controlar seus atos de violência, para isso ele é violentado.
O último ato Alex está sem controle de si, anda agora controlado, mas percebe que não poderá viver sem violência em uma sociedade violenta.

jus d'orange?

(mécanique)


Primeiro:
Nos colocando no lugar (palco) de Alex, vemos que o personagem em si não é violento de modo cru, ele age com violência performática, sua violência é a arte do seu tempo. Por isso ele espanca o velho, ele espanca a tradição, o atraso social.
Na cena do estupro no teatro, Alex interrompe o estupro como um diretor faria, e a cena mostra o ato como uma dança desconexa. Ele não diz que estuprar é errado, e sim que estuprar com roupas e emblemas nazistas é cafona. A forma como o estupro foi feito é que foi mais “estuprante”... A dança aparece mais uma vez, na briga de Alex e Billy Boy, dança contemporânea.
Ao desconstruir a música “cantando na chuva” Alex mostra o que é “amor” em sua fisicalidade (ainda que isso parece subjetivo, mas vamos viajar na idéia...), e a dança e o teatro se unem, como num musical.
A música “Ode a Alegria” é uma constante... ressaltando o sentido filosófico de arte perfeita. Esse olhar filosófico sobre a “sacralidade” da música é sublinhado por Alex durante a cena da saideira na leiteria, quando uma mulher canta Ode a Alegria e um dos seus parceiros faz piadas, Alex fica irritado porque compreende o sentindo intimo de obra de arte que é capaz de transformar.
Os amigos de Alex, não o compreendem. Um exemplo é a cena em que Alex dá uma paulada em um dos seus amigos, Alex quer performance, não quer tirar proveito algum, quer ter o prazer que um criador tem em criar.
No contexto do filme, a mulher que Alex mata com um pênis gigante, é quem possui a violência nas mãos, por ser burguesa e chamá-lo de miserável, por pretender ditar o que é arte. Como personificação da arte, Alex descarta os princípios tradicionais ao matar a personificação de um ditador de moda.

Segundo:
Alex e as instancias da lei.
1.A delegacia inglesa que tortura com lei radical
2.A prisão, que põe Alex nu e o chama por um número assim como nos campos de concentração
3.O Centro: animaliza Alex, que é domado com tratamento cinematográfico, mostrando a violência que é estar em uma sala escura, olhando para uma grande tela, ouvindo um som alto e estando limitado a uma cadeira, devendo silencio. Põe o cinema como a arte mais violenta.

Último ato:
Quando Alex toma consciência de que não é possível viver sem controle. Reencontra pessoas que se vingam, encontra os amigos (antes “criminosos”) nesse momento são policiais (mostra que não há diferença entre o crime e a lei)
Alex nos mostra que não se pode viver sem violência em um mundo violento. Temos aprova de que Alex era mesmo um artista de seu tempo, a única possibilidade de arte de vanguarda, porque vivia inteiramente a arte do seu tempo.
Quando Alex é levado ao centro, é como se uma obra de arte feita para ser manuseada, fosse entregue ao museu, encontra-se com suas funções originais subtraídas de si.
A cena final, onde ele pensa estar transando para uma platéia que o aplaude, garante mais uma vez sua condição de ser a personificação da arte, por elevar a luxúria do seu tempo ao statos de arte.

sábado, 17 de agosto de 2013

Musica para Hemodiálise n 2 (por: An Persa) the Magnetic Fields- All my Little Words

era pra contar uma historia engraçada com uma musica de fundo triste... mas quando estamos felizes ficamos tão sem inspiração.


   






eu só o amei,
 porque um dia eu perdi a memoria e foi só então que eu me lembrei... 
... de reconhecer tudo aquilo que eu nunca mais tinha visto, de novo, ainda. 

E você sabe bem o quanto eu sou curiosa, 
(e sou tanto que me coça) 
que nem pude esperar o meu fígado processar todas as doses que bebi pra me apaixonar... 

por 
vo-cê 

logo me beijou...
e eu não pude vomitar,
de tão longo que foi
 me deixou a desconfiar que tenha sido só pra garantir 
o rim que acabei de lembrar que havia prometido lhe doar, 
(caso um dia precisasse). 

 Lembro exatamente que meu tipo sanguíneo era o mesmo que o seu
 mas eu quis terminar... 
e só devo confirmar 
que foi tudo por conta da triste revelação que fez 
quando me alertou que você não era 0 -

 mas mesmo assim 
eu ainda queria ser só mais uma parte(zinha) de você. 
pra você ter um tiquinho que fosse em parte, meu.

 e nunca mais seria preciso fazer hemodiálise pra acabar com qualquer saudade 

porque é você 
porque sou eu 

um tipo de pra sempre que possa existir
 mesmo depois de acabar
 como um órgão que se possa doar

 ainda que andando e desandando, 
um oito que possa virar o infinito indo e voltando...
 ... voltando e indo.

 Com o seu cheiro de casa
que fica sem parar na minha memoria
 memoria de brigas que levam a outras e outras e outras... 

 e ai, em cada delas eu vou lembrar de todos os outros motivos que nos fizeram brigar até que então, você descobre que uma mordida resolverá... 

porque sou eu 
porque é você.



Feliz dia 17