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domingo, 12 de setembro de 2010

Mr. Sandman

Os sonhos abrigam muitos mistérios. Sempre nos indagamos o que é o sonho. Uma simples fantasia? Os nossos mais íntimos desejos? Ou a extensão da Realidade? Mas nesse caso o que é a Realidade? Ou ainda o que é o Real?

Para Schopenhauer, filósofo alemão do século XIX, "a vida e os sonhos são páginas de um mesmo livro. A leitura contínua chama-se vida real. Mas quando o tempo habitual de leitura (o dia) chega ao fim e vem a hora de descansar, então às vezes continuamos, fracamente, sem ordem e conexão, a folhear aqui e acolá algumas páginas: às vezes é uma página já lida, muitas outras vezes uma outra ainda desconhecida, mas sempre do mesmo livro" (Die Welt, I, § 5).

Numa inspiração súbita de Neil Gaiman ao criar sua versão do “mestre dos sonhos”, somos levados por Sandman a acreditar no quanto precisamos e dependemos dessa relação misteriosa que temos com o sonho.
Uma das passagens mais intrigantes e reveladoras da concepção de Gaiman sobre os sonhos acorre na ida de Sandman ao inferno. Após uma batalha no campo do inferno vencida por Sandman, os "reis do inferno" retrucam dizendo que o vitorioso não sairá vivo do campo, pois “que força tem os sonhos no inferno?” Rápido e sabiamente o Mestre dos Sonhos responde: “Que poder teria o inferno, se os prisioneiros daqui não fossem capazes de sonhar com o CÉU?”

Que poder, que força tem os sonhos? Concluo que sonhar é sobreviver. Ou ainda, sonhar é viver.


Um comentário:

  1. Pra mim, Aline...
    Sonhos são premonições tortas, avisos mal dados, respostas sem pergunta, dicas sem ter o que adivinhar...
    Normalmente só nos damos conta da importânica do sonho tempos depois.

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