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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Citações (por An Persa)


"A grandeza consiste em tentar ser grande. Não há outro meio" disse uma vez Camus.

Ao ler isso imediatamente me lembrei de um dos diálogos de Acossado, quando a personagem Patricia, pergunta ao romancista que está entrevistando: "qual seu maior objetivo na vida?"
e instantaneamente ele responde: "tornar-me imortal e então morrer".

Só de ler a frase de Camus seguida da frase de Godard, sinto que as idéias das duas estão em uma “harmonia orgânica” entre si.
Fazendo isso, lendo uma frase seguida da outra, fui impulsionada a procurar página a página do livro “Albert Camus: notas e estudo crítico” de Roberto Leite até encontrar a seguinte citação:

"Antes, a questão era descobrir se a vida precisava de ter algum significado para ser vivida. Agora, ao contrário, ficou evidente que ela será vivida melhor se não tiver significado"

Acho que agora sim, pude explicar a relação orgânica e harmônica entre as idéias!
Falamos então na tentativa de ser grande, no objetivo maior, que demanda uma vida toda, o objetivo de ser imortal. Resumidamente falo nessa liquidez do grande significado da vida, que eu inconscientemente - porém não sei se devidamente - entendo também como objetivos grandes.

No fim das contas, o que estou tentando dizer é que ao ler as duas primeiras citações eu pensei:
que a felicidade ou a grandeza é algo injusto, que só podemos tentar obter, e que estamos fadados a morte, morreremos tentando e mesmo se for possível conseguir, atingir, o que vem depois?
O fim absoluto.

A última citação me lembra então, que o processo é que valida tudo, é o que chamamos, por hora, de vida. Talvez esse processo seja então o grande significado e objetivo.
Lendo a palavra processo, Lembro de "O Processo" do Kafka, sei que tenho esse em algum lugar no meio dessa bagunça total. Primeiro passo: procurar...

Até lá passo o trailer de À bout de souffle (Acossado) achei legal, porque ler Camus me deixa um tanto apática e o trailer dá essa sensação, além de ser um referente ao "não objeto" do cinema, se esse conceito existisse também no cinema seria aplicado ao Acossado, embora agora eu tenha me lembrado de Zelig do Woody Allen, acho que esse sim é de fato um não objeto do cinema.
Massss lá vai!

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